Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii – (1863-1944)

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 É alucinante a qualidade na fotografia a cores conseguida há um século.

As fotografias que se mostram a seguir não foram coloridas agora. São originais. Foram realizadas pelo fotógrafo Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii com a melhor câmara da época. Sergei Mikháilovich Prokudin-Gorskii (1863-1944) dedicou a sua carreira ao avanço da fotografia e estudou com renomados cientistas em São Petersburgo, Berlim e Paris onde se formou como químico, desenvolvendo as técnicas para as primeiras fotografias a cores. Dos seus resultados surgiram as primeiras patentes de películas positivas a cores.

Prokudin-Gorskii utilizou os seus estudos em química para desenvolver um sistema fotográfico no qual se realizavam três tomadass num soporte de vidro, tomadas monocromáticas em sequência muito rápida, em placas de vidro de 3 x 9 cada uma com um filtro de cor diferente (vermelho, azul e verde).

Os negativos branco e preto assim obtidos eram positivados e depois estes positivos transparentes projetavam-se diante do público com um projetor triplo que contava com os mesmos filtros de cor em cada uma das suas lentes. As três placas que tinham decomposto a imagem cromaticamente, voltavam a compô-la ao coincidir as três projeções sobre uma tela branca (ecrã) e assim era possível reconstruir a imagem com as cores originais. No entanto, Prokudin-Gorskii não dispunha do mecanismo para realizar impressões das fotos obtidas.

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Em 1905, Prokudin-Gorskii concebeu o grande projeto de documentar, com fotografias a cores, a enorme diversidade da história, cultura e avanços técnicos do grande Império Russo, como material para ser utilizado nas escolas do império.

Para o seu projeto, o Czar Nicolau II pôs à sua disposição um vagão de trem equipado com uma câmara escura e todo o material fotográfico necessário. Igualmente obteve todos as permissões para visitar áreas de aceso restrito e contar com o apoio da burocracia do império.

Assim equipado, Prokudin-Gorskii percorreu o império entre 1909 e 1915, documentando-o com imagens e dando a conhecer a magnitude das suas terras, suas paisagens e as populações. A alta qualidade das imagens, combinada com as cores brilhantes, tornam difícil para os espectadores crer que se trata de fotografias de 100 anos atrás e que, quando foram tiradas, nem a Revolução Russa nem a Primeira Guerra Mundial tinham começado.

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Os temas mais frequentes entre as 2.607 imagens são as pessoas, a arquitetura religiosa, os lugares históricos, a indústria e a agricultura, a construção de obras públicas, as cenas ao longo das rotas de transporte de água e da estrada de ferro, e vistas de aldeias e cidades.

Aqui eu separei  algumas das centenas de imagens a cores que a Biblioteca do Congresso de Washington digitalizou no ano 2010. Já que foi esta instituição que em 1948 adquiriu as placas de cristal originais aos herdeiros do fotógrafo.

Em 1918, Prokudin-Gorskii abandonou a Rússia depois de inteirar-se da morte do Czar e da sua família. Dirigiu-se primeiro á Noruega e Inglaterra instalando-se a seguir em Paris onde morreu em 1944.

O fotógrafo de Czar – Coleção de fotografias a cores tiradas entre 1909 e 1915 no final do Império Russo

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Auto retrato de Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii

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